Delegar tarefas é um comportamento de liderança decisivo para o sucesso da gestão jurídica. É a forma de, a partir de uma colaboração intensa, potencializar seu time para atender mais com menos.
Ao assumir uma posição de liderança, é natural ter dúvidas sobre por que, o quê e como delegar. Diferentemente das funções técnicas de advogado, não basta controlar apenas o próprio trabalho. O papel de liderança é gerenciar o desempenho coletivo.
Neste artigo, apresentamos um guia sobre a importância de delegar tarefas e como alavancar a produtividade dos times jurídicos. Continue a leitura!
Delegar tarefas é atribuir responsabilidades e autoridade para um integrante da equipe, visando alcançar um resultado específico. Assim, a pessoa age com autonomia nos limites estabelecidos e será exigida por uma entrega compatível com as expectativas estabelecidas.
A gestão precisa realizar essa atividade para aproveitar o máximo da capacidade produtiva e as competências dos profissionais. Ao mesmo tempo, aprender a delegar tarefas é uma forma de priorizar atividades de liderança, potencializando o desempenho coletivo.
A necessidade de delegar tarefas acompanha o crescimento da organização. À medida que o negócio se expande, há mais complexidade nos departamentos, tornando cada vez mais difícil uma única pessoa cuidar de tudo.
O primeiro sinal é a sobrecarga no trabalho. A liderança jurídica começa a acumular diversas tarefas, em prejuízo da qualidade das entregas realizadas.
Como os prazos jurídicos são determinantes, as entregas começam a fugir do padrão de qualidade. Isto é, a pessoa sobrecarregada entrega petições, análises, propostas de acordo, contratos etc. aquém do que poderia produzir.
As tarefas que poderiam ser delegadas ocupam o tempo que seria disponibilizado para atividades específicas de liderança. Muitas vezes, o departamento jurídico tem dificuldades em avaliar resultados, promover capacitações adequadas e coordenar diferentes projetos, porque o foco não está na gestão.
Quanto mais escasso for o serviço, maior será o custo da hora de trabalho. Se um advogado é incumbido de tarefas apenas operacionais, porque não há delegação no setor jurídico, temos uma hora qualificada sendo consumida em trabalhos mais simples. Essa é justamente a situação em que se faz menos com mais, algo que desejamos reverter.
Delegando tarefas, a liderança potencializa o time. Com os mesmos recursos ou até menos, os resultados alcançados serão mais expressivos.
Os membros das equipes jurídicas passam a ter responsabilidades mais compatíveis com suas competências e experiências profissionais. Isso afeta as oportunidades no ambiente de trabalho, impactando positivamente a motivação das pessoas e os indicadores de desempenho jurídico.
As pessoas vivenciam novos desafios e objetivos no ambiente de trabalho. Com isso, a liderança estimula o desenvolvimento individual, em que cada um buscará meios para se capacitar e receber oportunidades mais significativas.
As horas de trabalho são mais bem utilizadas pela equipe. De um lado, a liderança reduz a própria carga de trabalho. De outro, as horas ociosas ou subutilizadas dos profissionais são mais bem aproveitadas com atividades estratégicas para o negócio.
A liderança pode se concentrar nas atividades que somente a gestão pode realizar. Buscar apoio para projetos na empresa, auxiliar a capacitação da equipe, resolver conflitos, coordenar o trabalho e outras atividades deixam de estar em segundo plano na agenda da gestão.
A liderança também se coloca em uma posição de controlar a qualidade do trabalho realizado. É a gestão que define metas, fornece orientações, avalia se os requisitos foram cumpridos e concede feedbacks para o time melhorar — e tais ações contribuem para reduzir erros.
O reflexo é o capital humano do departamento jurídico ser mais bem aproveitado. Cada pessoa usará ao máximo as suas competências e experiências, contribuindo para que o desempenho coletivo seja excelente.
Na prática, ocorre um efeito cascata. Imagine, por exemplo, que um advogado do time recebe autonomia para atuar em um grupo de contratos. Agora que o profissional assumiu uma tarefa mais complexa e compatível com sua formação, atividades mais operacionais são transferidas para auxiliares e estagiários. No final, as horas mais qualificadas são alocadas para o trabalho mais complexo.
Para delegar tarefas com segurança no setor jurídico, precisamos ir além de apenas destinar a atividade para um membro da equipe. Entenda as boas práticas!
Uma característica das formações jurídicas é a diversidade de competências e experiências. Conforme as preferências e escolhas de carreira, advogados, analistas, paralegais, estagiários etc. podem ter construído talentos bastante distintos ao longo da formação.
O primeiro passo é conhecer as pessoas e em que tarefas cada membro da equipe pode contribuir com eficiência. Uma dica é usar a análise SWOT para identificar os pontos fortes e fracos de cada membro do time.
Para os advogados poderem receber tarefas mais estratégicas, uma boa prática é investir em ferramentas de automação de contratos. A tecnologia libera o time das demandas administrativas, define padrões claros no ciclo de vida do contrato e minimiza erros nos processos.
Haverá mais horas de trabalho para se dedicar às avaliações de riscos, acordos, revisão de contratos complexos etc.
Delegar e acompanhar tarefas caminham juntos para que as entregas ocorram dentro das expectativas. Os softwares de gestão jurídica oferecem dashboards, agendas e plataformas para monitorar o andamento das atividades. Com isso, a gestão tem visibilidade para controlar os prazos e a qualidade das demandas distribuídas para as equipes.
As tarefas no setor jurídico podem ser destinadas a grupos de pessoas. Uma vantagem é promover uma colaboração mais intensa nas equipes, inclusive, com a adoção de técnicas que estimulam a criatividade e inovação, como Design Thinking.
Ao delegar uma tarefa, descreva claramente as expectativas para que a pessoa saiba o que precisa ser entregue:
A liderança pode optar por delegar tarefas integral ou parcialmente — caso em que as frações podem ser divididas entre diferentes pessoas. Além disso, a escolha pode estar diretamente ligada a quem receberá o trabalho. Em todos os casos, é importante ter clareza sobre o que precisa ser feito, entendendo o esforço, tempo e padrões de qualidade.
Delegar tarefas não é abandonar a atividade. Após fixar as expectativas e considerar a carga de trabalho da pessoa, mantenha um canal de comunicação para apoiar o membro da equipe com sugestões, esclarecimentos e recursos.
Após as entregas, um passo importante é garantir que a pessoa receba o retorno sobre a suficiência ou insuficiência do trabalho. O feedback é a base da melhoria contínua do desempenho da equipe, alinhando o trabalho com as expectativas da liderança.
Com um ciclo de definir expectativas, fornecer apoio e conceder feedbacks, a liderança será mais efetiva em delegar tarefas. Em conjunto, a tecnologia será decisiva para reduzir a carga de trabalho com automação e realizar um controle mais efetivo das atividades. Tudo isso impactará a produtividade do time, possibilitando fazer mais com menos.
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