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Smart Contracts: o que são e como funcionam os contratos inteligentes

Escrito por Sarah Rios | Jan 21, 2025 10:00:47 PM

Os contratos inteligentes (ou smart contracts) representam uma evolução nas negociações, substituindo intermediários humanos ou entidades reguladoras por algoritmos que operam de forma autônoma. 

Baseados em tecnologia blockchain, esses contratos automatizam e executam acordos previamente estabelecidos entre as partes, garantindo que regras, cláusulas e consequências sejam cumpridas sem a necessidade de intervenção externa.

Seja na compra de bens físicos ou digitais, na contratação de serviços, em empréstimos, investimentos ou transferências de fundos, os contratos inteligentes oferecem uma alternativa eficiente e segura para transações. Confira neste artigo mais sobre as diferenças para os modelos tradicionais, benefícios e outros pontos!

O que são smart contracts?

Os smart contracts ou contratos inteligentes podem ser definidos como documentos com mesma validade jurídica e função básica dos contratos tradicionais em papel: formalizar acordos entre duas ou mais partes. 

Eles podem ser aplicados a diversas finalidades, como:

  • transferências financeiras: automatizando pagamentos e repasses.
  • gestão de bens e serviços: formalização de acordos de compra, aluguel ou prestação de serviços.
  • execução de cláusulas condicionais: como liberar um seguro apenas quando determinada condição é atendida.

O termo foi introduzido em 1994 por Nick Szabo, um respeitado professor e criptógrafo reconhecido. Ao cunhá-lo, Szabo descreveu esses contratos como “inteligentes”, não por envolverem inteligência artificial, mas por serem significativamente mais funcionais do que os contratos tradicionais baseados em papel. 

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A conexão entre blockchain e smart contracts

A blockchain é uma tecnologia que funciona como um banco de dados público, descentralizado e imutável, na qual as transações e informações são registradas de forma segura e transparente. Ela opera como um “livro contábil digital” mantido por uma rede de computadores distribuídos globalmente, sem depender de uma autoridade central, como empresas ou governos.

Uma característica da blockchain é o mecanismo de consenso, pelo qual os participantes da rede (chamados de “nós”) verificam e concordam com a validade de cada informação antes que ela seja registrada. Depois de aprovada, a informação é replicada por todos os nós da rede e se torna permanente, imune a alterações unilaterais ou manipulações fraudulentas.

Os smart contracts utilizam a infraestrutura da blockchain para operar. Todas as cláusulas, condições e consequências previstas no contrato são codificadas e registradas na blockchain. Isso garante que os contratos sejam executados automaticamente e de forma imutável assim que as condições acordadas são atendidas.

Imagine um contrato que libera o pagamento de um serviço assim que este é concluído. Em um smart contract, a entrega do serviço pode ser validada por critérios previamente estabelecidos, e o pagamento é realizado automaticamente sem a necessidade de intermediários ou conferências manuais.

A blockchain desempenha um papel essencial nesse processo, pois:

  • garante a segurança e a integridade das informações do contrato.
  • traz transparência: todos os participantes podem verificar os registros.
  • elimina o risco de manipulação: as condições e execuções seguem exatamente o que foi programado, sem espaço para interferências.

Embora tenha surgido com o Bitcoin em 2008, a aplicação da blockchain vai muito além das criptomoedas. Softwares como CLM expandiram a funcionalidade da tecnologia, tornando-a uma plataforma robusta para automatizar e validar acordos complexos em diversos setores, desde o jurídico até o financeiro e compras.

O que diz a legislação brasileira sobre os contratos inteligentes?

No Brasil, há o projeto de lei 954/2022 em tramitação na Câmara dos Deputados, que propõe alterações substanciais no Código Civil para possibilitar o uso de tecnologias como o smart contract na autenticação e validação de contratos atípicos. 

No entanto, existem normas, como o Marco Civil da Internet, a Lei do Software e a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que podem ser aplicadas em alguns aspectos. A LGPD, em particular, tem relevância para a proteção de dados em contratos que envolvam inteligência artificial, garantindo que o tratamento de informações sensíveis respeite princípios como finalidade, transparência e segurança.

Apesar dessas bases, o avanço dos contratos inteligentes no Brasil exige um arcabouço jurídico mais direcionado e robusto, abordando questões cruciais, como:

  • reconhecimento de validade jurídica: garantir que contratos inteligentes sejam formalmente reconhecidos como documentos eletrônicos válidos, equiparando-os aos contratos tradicionais.
  • responsabilidade em falhas tecnológicas: estabelecer regras claras sobre quem deve responder em casos de erros de execução, bugs no código ou resultados inesperados.
  • proteção de direitos fundamentais: garantir a transparência, o direito à revisão contratual e a proteção contra abusos, especialmente em relações de consumo, onde o desequilíbrio de poder entre as partes é mais evidente.

No entanto, é importante salientar que, embora ainda não exista uma legislação específica sobre esse tema, alguns tribunais já reconhecem a validade e segurança em contratos inteligentes em decisões judiciais.

Quais as diferenças para os contratos tradicionais?

O grande diferencial dos smart contracts está no uso da tecnologia para criar, executar e gerenciar esses documentos de maneira automatizada e segura.

Ao contrário dos contratos convencionais, as cláusulas e as consequências dos smart contracts — sejam benefícios ou penalidades — são programadas em códigos computacionais antes de sua emissão. 

Assim, quando as partes concordam com os termos, o contrato é ativado automaticamente, e as condições previamente definidas são executadas sem a necessidade de intervenção manual.

Esse mecanismo oferece vantagens expressivas em comparação aos processos tradicionais, como maior agilidade na cobrança, no cumprimento de obrigações e no acompanhamento de todas as etapas contratuais. 

Ao eliminar intermediários e reduzir o risco de falhas humanas, os smart contracts se apresentam como uma solução inovadora para empresas que buscam eficiência e segurança em suas operações jurídicas e comerciais.

Quais os benefícios dos smart contracts?

Pensando em todas as facilidades apresentadas até aqui sobre a opção de contratos inteligentes, vamos conhecer melhor alguns dos seus benefícios!

Autonomia e redução de custos 

Os contratos inteligentes funcionam de maneira autônoma, eliminando a necessidade de intermediários em algumas etapas da negociação e execução. Isso reduz custos associados a honorários ou taxas de terceiros, além de mitigar o risco de manipulações externas. 

Essa independência não apenas ajuda a cortar despesas extras, mas também acelera os processos, oferecendo maior eficiência nas operações jurídicas. Por exemplo, em negociações de licenciamento de software ou acordos de não divulgação, a automação das condições contratuais pode agilizar significativamente os prazos de execução.

Backup e rastreabilidade

A tecnologia blockchain replica os documentos em vários nós da rede, garantindo sua integridade e disponibilidade. Em caso de perda de dados ou falhas no sistema de uma das partes, o contrato pode ser restabelecido sem comprometimento de sua autenticidade. 

Além disso, a rastreabilidade oferecida pela blockchain permite auditorias mais precisas, o que é especialmente útil em áreas reguladas, como compliance e governança corporativa.

Eficiência operacional 

Os contratos inteligentes automatizam processos complexos por meio de protocolos pré-programados. Isso reduz o tempo necessário para tarefas manuais, como validação de pagamentos, transferências de propriedade ou cumprimento de cláusulas condicionais. 

Em setores como o imobiliário, por exemplo, a automação de registros pode reduzir processos que antes levavam semanas para apenas algumas horas.

Precisão e redução de riscos

A digitalização dos processos contratuais elimina a possibilidade de erros humanos, como preenchimento incorreto de formulários ou interpretação ambígua de cláusulas. Essa precisão é essencial em contratos com alto nível de detalhamento técnico, como aqueles envolvendo propriedade intelectual ou licenciamento tecnológico. 

A automação garante que todas as condições sejam executadas exatamente como acordado, aumentando a confiança entre as partes envolvidas.

Desafios para a implementar os smart contracts no contexto jurídico empresarial

Os smart contracts estão revolucionando o mercado jurídico e empresarial, mas sua adoção ainda enfrenta alguns obstáculos. Apesar de sua eficiência e automação, existem desafios importantes que precisam ser superados para garantir sua aplicação em larga escala.

  • Complexidade técnica: criar e gerenciar contratos inteligentes exige profissionais capacitados, tanto em tecnologia quanto em direito;
  • Integração com sistemas tradicionais: muitas empresas ainda operam com processos manuais ou sistemas que não são compatíveis com a blockchain;
  • Segurança e erros de programação: um código mal elaborado pode causar problemas graves, como execução errada do contrato ou até prejuízos financeiros.

Para superar esses desafios, as empresas precisam contar com ferramentas que unam tecnologia e gestão eficiente, como o netLex, que otimiza a criação e o gerenciamento de contratos com segurança e inteligência.

Quer saber como implementar smart contracts na sua empresa e se preparar para o futuro dos contratos? Deixe um comentário e vamos conversar sobre as soluções mais inovadoras para o seu negócio!